Continuamos a analisar a série do momento: “Os debates legislativos 2025”.

São episódios de meia hora. E meia hora, neste caso é, simultaneamente, muito e muito pouco. Não serve para ficarmos elucidados sobre grande coisa, mas serve para ficarmos enfadados.

Aproveito para meter aqui a martelo que gostava que o boletim de voto fosse meio como as candidaturas universitárias. Em vez de um X, punham-se números de um a cinco, e era como se fosse primeira escolha, segunda escolha, terceira escolha e por aí fora.

“Ahhh e como é que isso funcionava?”

“Não sei. Eu não penso nas coisas até ao fim”

Vamos continuar a falar sobre as personagens desta série de porcaria, que é importante, mas não tão importante como lermos o lore dos partidos. (por lore, entenda-se os programas).

Vamos então aos protagonistas!

  • Paulo Raimundo, líder do PCP, é um homem sério e trabalhador. Não é lá muito interessante em debates, porque não percebeu bem que isto é um teatro. É um homem pela paz.

“Mas contra a guerra na Ucânia?”

É PELA PAZ!!!!

“Mas acha que a Rússia não invadiu a Ucrânia?”

Parem de fazer perguntas difíceis, ele é pela paz!

“Mas então a Ucrânia é a culpada, é isso?”

É PELA PAZ!!!! DESLARGUEM-NO!

  • Inês Sousa Real, ambientalista, defensora de animais, é líder do Partido dos animais e da natureza. Atenção que isto é um nome que induz em erro, porque há animais em todos os partidos. Não é a pessoa mais carismática do mundo e por isso acho que poderia beneficiar de trazer bichinhos aos debates. Um bom hamster numa rodinha, um gatinho assanhado ou até um cisne agressivo. O apelido Real dá a ideia de que é uma pessoa que não é real a fingir que é uma pessoa real. Como se se chamasse Inês Verdadeira E Não 3 Guaxinins Numa Gabardine.
  • André Ventura - Líder do chega, tem uma vibe de vendedor de carros em segunda mão. É carismático e muito forte no tik tok.

Gosta de falar muito alto, interromper as pessoas e falar de ciganos.

Tem medo do escuro. (informação por confirmar, como o Doutor Ventura gosta.)

Acha que isto é tudo uma bandalheira. Não sabemos ao certo o que é que “isto” é, e se inclui o próprio partido, mas acreditamos que sim.

Trata os debates com o respeito que acha que merecem, que é o mesmo de um jantar na tasca.

Teve uma coelha e isso é fofinho.

  • Mariana Mortágua, líder do Bloco de Esquerda, é uma das “Manas Mortágua” que parece ser uma dupla de criminosas dos anos 40, ou o nome de uma banda de sertanejo. É carismática, aguerrida e activista.

Gosta de manifestações. Não usa tinder porque não acredita em fazer swipe para a direita, visto odiar tudo o que é de direita.

Não percebemos ainda se gosta de pessoas que acabaram de ser mães, ou não.

Não obtivemos resposta a esta questão até ao fecho da edição, especialmente porque não perguntámos a ninguém e não somos uma instituição séria… ou sequer uma instituição. Sou só eu, e eu sou preguiçoso e desinteressado.

  • Rui Rocha - Chegamos a Rui Rocha, da iniciativa liberal. Não, não é esse que estão a pensar, é o outro liberal. Não, esse é o Cotrim de Figueiredo, que parece sempre que veio a cavalo, este é o Rui Rocha. Não, também não é esse, esse é o Carlos Guimarães Pinto. Este é o Rui Rocha, é assim branquinho anda de fato. Se parece doente? Não! Esse é o Tiago Mayan Gonçalves. Este é assim, discreto e, outras coisas, suponho. Ser discreto tem vantagens, para já acho que não tem grandes polémicas, o que até é bom. Parabéns a ele.

Por agora é isto, não sei se esperavam aprender alguma coisa, mas se estavam não é aqui. Aqui não se aprende nada. Ficam por falar os partidos sem assento, e provavelmente, para já, vão ficar. Logo se vê. Obrigado e bem-haja.



Ouve aqui todos os episódios no Podcast Dudas de un Hombre.