A escolha do nome Leão XIV, pelo novo Papa, é uma pista clara sobre as prioridades do seu pontificado. A referência mais imediata remete para Leão XIII, Papa entre 1878 e 1903, conhecido pela encíclica "Rerum Novarum", um marco fundamental da Doutrina Social da Igreja, onde defendeu os direitos dos trabalhadores numa época de grandes tensões sociais e económicas.


O cardeal Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, é o novo líder da Igreja Católica, após dois dias de conclave no Vaticano. Aos 69 anos, tornou-se o primeiro Papa norte-americano da história.


A escolha do nome indica, segundo a Renascença, um possível compromisso com a continuidade do trabalho de Francisco em áreas como a justiça social, a inclusão e o diálogo. Leão XIII, Vincenzo Gioacchino Pecci, destacou-se por procurar um caminho próprio para a Igreja, baseado na justiça, na dignidade do trabalho e na necessidade de proteger os mais vulneráveis.


O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, em declarações à Renascença, explicou que "o Leão XIII foi aquele que escreveu a primeira encíclica sobre o trabalho. Foi um homem que se abriu aos problemas dos trabalhadores e da indústria. Esta marca de abertura é, por excelência, o que mais o distingue, e a escolha do nome Leão XIV é um bom indício para o futuro".


Com esta escolha, Leão XIV mostra querer afirmar-se nessa mesma linha. A herança que reivindica aponta para um papado atento aos desafios sociais do século XXI - incluindo as desigualdades, o papel do trabalho e o impacto das crises económicas nas populações mais vulneráveis.


Antes de ser eleito Papa, Robert Francis Prevost foi missionário durante 20 anos no Peru, foi nomeado cardeal por Francisco e ascendeu à Ordem dos Bispos, a 6 de fevereiro de 2025.


Esta é a 14º vez que um Papa escolhe o nome Leão.