Um grupo de investigadores analisou o impacto do tom humano nas respostas de um modelo de inteligência artificial e concluiu que ser rude pode melhorar a precisão das respostas. A descoberta, ainda em fase preliminar, está a gerar debate no meio científico, sobretudo porque levanta questões éticas sobre a forma como nos relacionamos com as máquinas e, por extensão, entre nós.
O estudo, citado no 'Live Science', avaliou o desempenho do ChatGPT quando confrontado com 250 perguntas de escolha múltipla. As questões foram apresentadas com diferentes tons: de "muito educado" a "muito rude".
O resultado revelou que, quanto mais ríspido era o tom do utilizador, melhor era o desempenho do chatbot. As respostas dadas com pedidos "muito rudes" atingiram uma taxa média de 84,8% de acerto, contra 80,8% nos pedidos mais educados.
Os autores sublinham que os resultados não devem ser interpretados como um incentivo à hostilidade. "O uso de linguagem insultuosa ou humilhante na interação humano-IA pode ter efeitos negativos na experiência do utilizador, acessibilidade e inclusão, e pode contribuir para normas de comunicação prejudiciais", explicaram.
Os próprios investigadores alertam para o perigo de se promover um ambiente digital tóxico, em que ser mal educado se torne norma. Os especialistas defendem que o foco deve estar na clareza e precisão dos pedidos, e não na agressividade.










