Já te aconteceu cumprimentar alguém com aquele sorriso confiante… e, segundos depois, perceberes que não fazes ideia de como é que essa pessoa se chama? Pois é, todos já passámos por esse pequeno pânico social que nos faz sorrir de forma estranha enquanto pensamos "era João?… Miguel?… Rui?".
Mas segundo a psicologia, este esquecimento não é sinal de desatenção nem de má memória - é apenas o cérebro a fazer uma triagem daquilo que considera mais importante.
O cérebro é seletivo - e com boas razões
Todos os dias processamos uma avalanche de informação: sons, imagens, nomes, tarefas, notificações. E, como o cérebro não consegue guardar tudo, dá prioridade ao que considera relevante no momento. O nome de alguém que acabámos de conhecer e com quem não temos ligação emocional? Fica automaticamente no fim da lista.
Ou seja, esqueceres o nome de alguém não quer dizer que sejas distraído - só que o teu cérebro decidiu que essa informação não era prioritária.
Porque é que os nomes são tão difíceis de fixar?
O professor David Ludden, especialista em psicologia na Georgia Gwinnett College, explica ao site "Bovary", que os nomes próprios são uma categoria especial de memória: normalmente, não têm qualquer ligação lógica com a pessoa. Lembrar-se de que alguém é médico ou tem cabelo encaracolado é fácil, porque são detalhes com significado. Já o nome "Pedro"? É só uma etiqueta arbitrária - sem contexto, sem história, sem emoção.
O truque: repetir e associar
Estudos mostram que o segredo está em criar ligações. Quando conheces alguém, tenta repetir o nome algumas vezes durante a conversa ("Então, Inês, o que é que fazes?") ou associá-lo a algo visual ("a Inês do cabelo ruivo"). Essa repetição cria uma ponte entre a pessoa e o nome - e ajuda o cérebro a não o apagar dois minutos depois.
Portanto, da próxima vez que deres por ti a pensar "como é que ele se chamava mesmo?", lembra-te: o problema não és tu. É o teu cérebro, ocupado a gerir uma lista gigante de informações. E, convenhamos, há nomes que simplesmente não ficam - por mais simpático que o dono seja.