Angela Alvarez é música e está nomeada para um Grammy Latino de Melhor Nova Artista. Mas mais do que talento, o seu nome conta uma história inspiradora para todos nós.
Aos 95 anos, Alvarez concretizou o sonho de uma vida que lhe fora proibido, muitas vezes. Nasceu em Cuba e desde pequena que sonhava com a música. Aos 14 anos, compôs a sua primeira música e já tratava por tu o piano e a guitarra. Quando terminou o liceu, disse ao pai que quera ser música, uma ambição rejeitada desde logo pela família. "Cantas para a família, mas não para o mundo", relembra-o numa entrevista ao The Washington Post.
Angela Alvarez nem ousou enfrentar a palavra do pai e seguiu aquele que era o rumo que lhe esperava. Casou aos 19 anos e teve quatro filhos. Em 1962, tentou emigrar com a família para os Estados Unidos mas ela e o marido foram impedidos por falta de documentação. Tomou a decisão de deixar os filhos irem sozinhos e, passados uns meses, conseguiu sair de Cuba.
Os filhos viviam num orfanato e Angela não era financeiramente elegível para reclamar os seus filhos e esteve dois anos sem os conseguir ver. Foi nesta altura difícil, em que começou a poder ver os filhos apenas ao fim de semana, que a música foi uma grande ajuda. Ia ao orfanato e juntava todas as crianças para cantarem todos juntos.
Os desafios não ficaram por aqui.
Angela perdeu o marido, com apenas 53 anos, e uma das filhas. E, nestes momentos difíceis, a música esteve sempre lá.
Ao longo da vida, Angela compôs 50 canções, que eram o reflexo das alegrias e das tristezas da sua vida. Até então, o seu talento era apenas conhecido pela sua família e pelos amigos, até o neto começar a gravar as suas canções.
Em 2021, o neto ajudou-a a lançar o seu primeiro álbum e até fizeram um filme sobre a vida de Angela.
Depressa começou a fazer concertos e a cativar o público.
Miss Angela from Gravitas Ventures on Vimeo.
E em setembro, conseguiu muito mais do que um sonho! Foi nomeada para um Grammy Latino de Melhor Nova Artista. E agora Angela espera que a sua história inspire outras pessoas e que as ensine a "nunca dizer ‘não consigo'".