Saudações ventosas.

Estão todos bem? Isto do temporal foi duro, não foi? E não pára.

Este ano já recebi mais mensagens da protecção civil do que da minha família.

É de tal forma que a minha mulher está com ciúmes.

“Quem é que está a mandar mensagens? A Proteção civil? Quem é essa flausina?”

“Já não bastava a Eva da Bolt Food estar sempre a mandar-te emails.”

Enfim, como se ela não estivesse sempre a receber mensagens do Alberto Oculista. É aquela clássica dualidade de critérios que há nos casamentos.

Mas não é sobre isso que eu venho falar hoje. Venho falar sobre fazer coisas com os meus filhos e sobre como gosto de fazer coisas com eles.

É sempre giro, e é profundamente gratificante, até porque eles me dão muito, incluindo material para rubrica.

Por exemplo, agora no dia do pai, o Lourenço deu-me um presente, um puzzle feito por ele, e foi muito querido porque ele conseguiu manter em segredo até me dar. Já o Joaquim, o meu outro filho, andou duas semanas a gabar-se alto e bom som, para quem quisesse ouvir, que me ia dar umas meias. E depois não deu nada. São tipos de pessoas.

(Está tudo bem, ele depois deu. Foi um par de meias brancas com o meu nome a dizer super-pai.)

É sempre bom fazer coisas com eles e dá conteúdo. Seja ir ao dino parque, ir à praia, ou ir à agência de adopção, deixá-los só um bocadinho para os assustar… é conteúdo.

No outro dia até me distraí e, sem querer disse à minha mulher, este fim de semana podíamos ir com os miúdos fazer conteúdo. Saiu-me sem querer, eu nem acho isto.

Noutro assunto, fui com os meus filhos ao oceanário. Ganhámos um bilhete de família num concurso e lá fomos nós à aventura.

O meu filho está sempre a dizer que quer ir ao aquário debaixo da cama, que ao fim de algum tempo, percebemos que era o Aquário Vasco da Gama, portanto eles gostam destas coisas. (Nem sei porque é que ele quer lá ir, só fomos uma vez e ele vomitou.)

Eles estavam bastante entusiasmados porque andámos a fazer teasing, “Malta, vamos ao oceanário. E vai ser muito giro, querem?” e eles, “QUEREMOS!”

E que estrondoso sucesso. O Lourenço, por exemplo, adorou as luzes.

Aquilo tem uns focos no chão e ele andava de foco em foco, todo contente, a dizer, mais para ele do que para nós, “adoro as luzes.”

Mas está tudo bem. O Oceanário tem tubarões, raias, lontras e mais uma catrefada de bichos para agradar. Por isso é com orgulho que digo que o Joaquim gostou… das paredes. Nem estou a gozar. Ele gostou das parades.

São feitas de um material parecido com alcatifa que ele achou fofinho. Do nada, começou a fazer festinhas e disse UAU! QUE FOFINHA E depois começou a esfregar lá a cara.

Resumindo, levei os meus filhos ao oceanário, e o que mais gostaram foi das luzes e da parede alcatifada. Parecia que tinha ido com dois drogaditos que tinham dado nos ácidos.

“UAAAAAU AS LUZES!”

“E ESTA PAREDE!”

“GOSTO MESMO DE TI!”

Para isto não precisava de ter ido ao oceanário, podia só ter ido a uma casa com alcatifa e candeeiros. No fundo era visitar qualquer lar nos anos 90.

O que interessa é que eles adoraram, correu bem e foi mais um sucesso de paternidade.

E se mereço as minhas meias que dizem super-pai, não sei.

Mas o que interessa é que as estou a usar enquanto escrevo isto.




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