Muitos portugueses já têm a sua família e o seu trabalho estabelecidos, em Portugal, e por isso, têm poucos ou nenhuns planos, na verdade, para mudarem de país.
Gostam de viver cá pelo clima ameno, pela gastronomia - há poucos que resistem a um cozido à portuguesa ou a uma feijoada -, pelas praias e pelas paisagens de cortar a respiração, mas quando chega ao momento de fazer contas, no final do mês, o caso muda de figura!
De há uns meses para cá, tem-se falado cada vez mais na emigração de jovens portugueses e em como está "inalcançável" o valor das casas que impedem muitas pessoas de as comprar.
Com o ordenado mínimo, é difícil pagar as despesas do dia a dia, quanto mais pensar em mudar de casa ou fazer uma viagem.
Neste momento, aquela que é considerada a classe média, embora não ganhe o ordenado mínimo, está cada vez mais perto dele.
Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), citados pela Executive Digest, "aqueles que ganham entre 75% e 200% do rendimento médio de um país pertencem à classe média".
Em Portugal, "onde o rendimento médio mensal é de 918 euros, ou 11.014 euros anuais (dados de 2022), estar na classe média significa ganhar entre 688 euros e 1.836 euros líquidos por mês".
Estes números indicam que, para fazer parte da classe média portuguesa, basta ganhar 688 euros líquidos por mês. Quem ganha mais de 1.836 euros por mês "já é considerado parte da classe alta, apesar deste valor ser inferior ao salário mínimo em alguns países europeus".
Por outro lado, "quem ganha menos de 688€ por mês é considerado classe baixa no nosso país".
Os dados indicam que "a classe média portuguesa é uma das que tem menos poder de compra na União Europeia". Tendo em conta o exemplo de Portugal, onde quem pertence à classe média-alta ganha, aproximadamente, 15.500 euros por ano, em Espanha ou em Itália, "esse mesmo rendimento é de quem pertence à classe média-baixa".
A conclusão que se pode tirar destes dados da OCDE é que os mesmos confirmam a realidade económica do nosso país e ainda a diminuição do poder de compra comparando com outros países europeus.