Espanha já escolheu a música que vai levar à edição deste ano da Eurovisão e não podia estar a gerar mais polémica. O problema começa logo no nome: "Zorra", que em espanhol significa uma mulher fácil, vadia e outras palavras mais explícitas.


Interpretada pelo duo Nebulossa, "Zorra" é sobre o empoderamento feminino só que nem todas as mulheres estão a gostar. A política Susana Díaz, em declarações ao programa "Espelho Público", do canal Antena 3, afirmou: "Eu não gosto que me chamem 'zorra', nem quero que os meus filhos chamem 'zorra' à sua professora", explica.


A maior crítica de Susana Díaz vai para quem venda esta música como um empoderamento feminino: "Empoderar as mulheres significa dar-lhes mais zeros na folha de pagamento, creche gratuita e co-responsabilidade pelas tarefas familiares. Chamarem-me de pu**a não me fortalece".


Apesar da controvérsia, Susana Díaz não quer censurar a arte e recusa-se a tirar a canção da Eurovisão, afirmando ser "tolerante" no campo artístico. No entanto, a apresentadora de televisão Sonia Ferrer não está convencida, chamando a atenção para a encenação "hipersexual" que anula o discurso feminista da letra.



Enquanto uns criticam, o presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, está a dar apoio total à música "Zorra". Segundo ele, a música é provocadora e representa o empoderamento feminino. Parece que temos um verdadeiro debate musical e cultural em mãos!


Os artistas Nebulossa, por sua vez, defendem-se, explicando que a música não é só para mulheres, mas para todos os que não se sentem livres para serem eles próprios.


Apesar da polémica, da petição para não levar a música à Eurovisão, a União Europeia de Radiodifusão (UER) já deu o seu selo de aprovação a "Zorra", afastando os receios de censura. Espanha espera agora conseguir uma melhor classificação do que o modesto 17º lugar de 2023.