A "Latina", livraria emblemática que durante 82 anos marcou o coração do Porto, fechou as suas portas, deixando uma cidade mais pobre em histórias e memórias. Aberta em plena II Guerra Mundial, em 1942, a Latina foi mais do que um espaço de livros — foi um ponto de resistência cultural, encontro de ideias e refúgio para leitores apaixonados.


Nascida das mãos da família Perdigão e mantida por três gerações, a livraria sobreviveu a uma ditadura, altura em que escondia e vendia obras proibidas, até ao boom cultural que trouxe leitores de todos os cantos. A sua icónica fachada, adornada com o busto de Luís de Camões, tornou-a icónica.


Nos últimos três anos, o espaço passou para a gestão do grupo Leya, que não conseguiu, agora, resistir às pressões implacáveis do aumento dos custos de arrendamento no Porto, que têm transformado a paisagem cultural e comercial da cidade.


Foram muitos os que foram este sábado, pela última vez, despedirem-se da livraria e que demonstraram o seu pesar.