A estrada municipal, construída em 1983, permitia poupar 16 quilómetros e cerca de 20 minutos de viagem entre as localidades de Janeiro de Baixo, no distrito de Coimbra, e Ademoço, no distrito de Castelo Branco.


Mas, por questões de segurança, devido à queda de pedras, o presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra, Jorge Custódio, decidiu encerrar o acesso de forma definitiva, como avança o "Diário de Coimbra".


A solução encontrada pela autarquia foi drástica: erguer um muro de entulho, tornando a estrada intransitável. O problema é que a solução temporária tornou-se permanente e, quatro anos depois, o acesso continua bloqueado, deixando a população fazer um desvio de 19,6 quilómetros.


E atenção: a região não é servida por autoestradas, nem por itinerários principais, o que dificulta ainda mais a vida dos habitantes.


"Estamos a falar de uma obra que custa cerca de um milhão e 200 mil euros, o que é significativo para câmaras com orçamento pequeno", disse Jorge Custódio à "TVI". Contudo, uma investigação do mesmo canal revelou que, nos últimos meses, a Câmara da Pampilhosa da Serra gastou mais de 260 mil euros em fogo de artifício, espetáculos musicais e até uma pista de gelo - enquanto a estrada continua fechada.


Resta saber quando (e se) este muro de entulho será removido ou se, como muitos temem, as aldeias da Beira continuarão cada vez mais isoladas e esquecidas.