Paula Neves recorda relação marcada pela violência doméstica: "deixou-me uma insegurança e ansiedade brutais"

Paula Neves revelou esta segunda-feira, no programa "Júlia", na SIC, um momento da sua vida delicado e que, infelizmente, é a realidade de muitas pessoas em Portugal. Num momento de profunda partilha, a atriz confessou que já foi vítima de violência doméstica, contou alguns episódios e como conseguiu sair desta situação.

Tudo começou quando Paula Neves tinha 13 anos e começou a namorar pela primeira vez. Ele tinha 18 anos. A violência começou no fim do namoro, quando a atriz quis terminar a relação. "Ele achou que a maneira de me convencer era através da violência e da obrigação, e eu não permiti. Portanto, estive seis meses a levar tareia com ele a achar que era assim que me convencia a estarmos juntos."

A atriz recordou alguns dos momentos em que ele a perseguia: "Ele entrava pela escola adentro, fazia-me esperas à porta, apanhava-me a meio do caminho". "Foi a única vez na minha vida em que senti medo. Senti medo e sentir medo é uma coisa muito estranha, é um sentimento muito, muito, muito fora, que acho que o comum dos mortais não tem acesso a ele e ainda bem, porque é horrível."

Paula Neves ainda demorou a contar aos pais aquilo que estava a passar. Quando percebeu que não conseguia resolver a situação sozinha decidiu contar aos pais. E foi essa a sua salvação: "A coisa estava a escalar muito em violência profunda. E eu percebi que qualquer dia morreria. E quando eu lhes disse [aos pais], a situação parou. Até hoje, não sei o que é que eles fizeram, mas sei que resolveram".

Pôde finalmente respirar de alívio, mas ficou com as marcas que esta relação lhe deixou: "uma insegurança e ansiedade brutais". "Tive, durante anos, pesadelos constantes em que tinha de me defender e os meus murros saíam como se estivesse debaixo de água. Não tinha força para me defender. E deixou-me com um sexto sentido para homens violentos, para pessoas violentas. Tenho facilidade em perceber sinais e percebi, exatamente, o que não quero para a minha vida."

Vê esta parte da entrevista aqui.