Porque é que somos tão felizes a comer massa? A ciência explica

Nada descreve melhor a palavra conforto do que um prato cheio de massa

Jéssica Santos
Jéssica Santos


Sabes aqueles dias em que estás cansado, depois de um longo dia de trabalho, sentes-te apático e tudo o que te apetece é deitar no sofá com um belo prato de massa à frente? Ou aqueles dias em que vais ter um jantar em casa e com dois ou três ingredientes fazes uma massa de bradar aos céus? Ou então aquele dia em que chegas a casa cheio de fome, com zero vontade de cozinhar e decides fazer o prato mais rápido de sempre: pesto com massa?


A massa é dos pratos que mais grita conforto, sabor e felicidade, certo? Não és o único que acha isso! Quem diria que um prato de esparguete ou uma lasanha bem servida poderiam ser os verdadeiros heróis do nosso humor?


A ciência explica este fenómeno misterioso que faz da massa um dos ingredientes da nossa felicidade. E não, não é apenas por causa do queijo derretido!



Primeiro, vamos mergulhar nas profundezas do nosso corpo para entender a ligação entre nutrição e humor. O que comemos não só impacta a nossa saúde física, mas também desempenha um papel essencial na nossa felicidade. Tudo começa com a serotonina, a famosa hormona da felicidade. Para produzi-la, precisamos do aminoácido L-triptofano, que, infelizmente, o nosso corpo não consegue produzir independentemente. Então, temos que ir buscá-lo aos alimentos.


E é aqui que entra em cena a massa. Enquanto a massa em si não contém L-triptofano, ela é como um veículo mágico para transportar esse aminoácido até ao cérebro. Além disso, o modo como combinamos os alimentos é crucial. Por exemplo, se optarmos por uma grande dose de carne - que é rica em L-triptofano -, as proteínas entram em cena e dificultam o transporte do L-triptofano. Os veículos ideais são os hidratos e uma quantidade não muito grande de gordura e é aqui que a massa se torna no veículo perfeito.


Um estudo recente do Behavioral & Brain Lab do Istituto Universitario di Lingue Moderne (IULM), em cooperação com a Unione Italiana Food, revelou que o clássico Spaghetti al Pomodoro - esparguete com molho de tomate - é uma verdadeira "comfort food" (comida de conforto, em português). O queijo entra em cena com o seu L-triptofano, os hidratos de carbono do esparguete fazem o seu trabalho de transporte, e o molho de tomate ainda traz consigo o ácido glutâmico, uma proteína que proporciona uma sensação de relaxamento.


Ainda há dúvidas? A massa é não só um prato de conforto, mas também de felicidade. Da próxima vez que estiveres de mau humor, esquece as dietas rigorosas e abraça um prato de felicidade em forma de massa. Bon appétit!




A RFM perto de ti