Duarte Pita Negrão "Chegou a época preferida dos donos dos restaurantes e a época mais odiada por quem trabalha em restaurantes"
O Duarte tem opiniões. Fundamentadas? Ahah Não. Sérias? Hmmm também não. Valem a pena? Errr… boa pergunta!
Chegou a época preferida dos donos dos restaurantes que é simultaneamente a época mais odiada por quem trabalha em restaurantes. Estamos na altura dos jantares de natal.
Eu gosto de jantares.
Eu gosto do Natal
Jantares de Natal, acho meh.
Primeiro, porque são jantares de Natal a mais. O jantar da empresa, o jantar do grupo de amigos, o jantar da malta da bola, o jantar de todos os grupos de whatsapp. De repente, toda a gente quer fazer um jantar de Natal.
Quintas, sextas, sábados. Quintas, sextas, sábados. Já não há dias suficientes.
Do nada, já estamos a marcar jantares para janeiro.
Estamos cientes de que, depois de dia 6 de janeiro, já não conta como jantar de Natal. É só um jantar e provavelmente nem vai acontecer.
Depois há todas as modalidades.
“Tragam roupa natalícia, malta”
“Fazemos troca de presentes? Amigo secreto? Pai Natal surpresa?”
Por mim, é não, já é difícil organizar-me para jantar, não metam lombas que tornem isto mais difícil.
“Vá lá, troca de presentes até 5 euros!”
Honestamente presentes até 5 euros mais vale nem dar presente, vai ser um presente de porcaria.
“É só uma lembrança”
Sim, uma lembrança de porcaria. Mais vale dares 5 euros do que dares uma MAIS UMA caneca.
Estou a ser injusto com as canecas. As pessoas gozam com dar canecas, mas eu acho que dá jeito.
Eu tenho imensas canecas em casa e acho que nunca comprei uma caneca. São todas de presentes do amigo secreto, e eu dou uso. (Aparentemente não sou bom a ajudar-me a manter argumentos coerentes). As velas, sim, são o pior presente.
Velas com cheirinho. Ugh. São só canecas que nem dá para usar para beber nada. Para que é que eu quero velas? Vivo num castelo? Guardem lá as vossas velas.
Eu agora faço uma coisa no Pai Natal surpresa que é:
Vou embriagado comprar os presentes do Pai Natal surpresa.
É que assim não sei o que comprei. É da maneira que é surpresa para todos, não só para a pessoa que recebe.
“Ahhh é o quê?”, pergunta com ânsia o receptor da dádiva.
“Tens que abrir…”, respondo eu cheio de incertezas.
“Ahhh, o Duarte leva isto mesmo a sério”, comenta o povo.
“Ahhh, o Duarte não se lembra”, penso eu.
Quando a pessoa abre o presente, eu também fico surpreendido, pareço um pai, na noite de Natal, a ver um filho desembrulhar um presente que, claramente, foi a mãe que comprou e que o pai não faz ideia do que é.
“Ahhh filhote, gostas? O pai sabia exactamente o que era.”
Enfim, o verdadeiro espírito natalício.
Fica a ideia.
Ouve aqui todos os episódios no Podcast Dudas de un Hombre.