Se dúvidas houvesse a música faz mesmo a diferença em momentos cruciais na vida de muitos de nós. Diz-se que a música pode curar, seja no término de uma relação, na perda de alguém ou até numa cirurgia ao cerébro.
E foi isso mesmo que aconteceu a Christian Nolen, um guitarrista que, há alguns dias, trocou os covers que fazia de System of Down e Deftones por um bloco operatório.
Aos 27 anos, o guitarrista viu-lhe ser diagnosticado um tumor no cérebro que lhe afetava a função motora, sobretudo, a mão esquerda. No entanto, a equipa médica que o acompanhou, desde início, precisava de fazer uma cirurgia minuciosa para lhe retirar o máximo possível do tumor para depois ser analisado.
Essa cirurgia tinha de ser feita com Christian Nolen acordado e, se possível, a tocar guitarra.
Segundo os especialistas do Sylvester Comprehensive Cancer Center da Faculdade de Medicina Miller da Universidade de Miami, em declarações à Fox News, o objetivo era assegurar que o artista conseguia controlar as funções cerebrais, à medida que avançavam na cirurgia.
"Quando um tumor envolve ou está próximo de uma parte crítica do cérebro — por exemplo, a que controla a capacidade de falar ou compreender a linguagem, ou de se mover — queremos fazer a cirurgia com os pacientes acordados para monitorizar continuamente os sinais vitais e saber se o procedimento está a começar a violar as funções cerebrais normais", explicou Ricardo Komotar, um dos neurologistas do hospital, em declarações ao mesmo site.
E assim foi!
No dia da cirurgia, marcada 10 dias depois do diagnóstico, Christian Nolen levou a sua guitarra e deu um autêntico concerto de rock no bloco operatório do hospital localizado em Miami.
Na primeira parte da cirurgia, o artista esteve sedado. A meio, acordaram-no e passaram-lhe a guitarra para as mãos, apesar de, nessa altura, ter ficado "um pouco assustado".
Ao tocar os primeiros acordes das músicas de System of Down e Deftones, o medo passou e enquanto Christian Nolen tocou os médicos controlaram a sua função motora.
"Quando estávamos a terminar de retirar a parte de trás do tumor, reparámos que a função começou a diminuir. A massa estava encostada a uma parte do cérebro que controla o movimento das mãos. Felizmente, conseguimos removê-lo todo, sem sequelas", revelou o mesmo neurocirurgião.
Um dia depois, Christian Nolen teve alta e, apesar de as semanas seguintes terem sido difíceis devido "às restrições pós-cirúrgicas", já voltou a tocar guitarra com melhorias significativas na mão esquerda.
O que lhe resta agora é aguardar pelos resultados da biópsia para começar os tratamentos que, ao que tudo indica, vão passar por sessões de quimioterapia e radioterapia.
(Imagens: Reprodução de vídeo)