A contagem decrescente na passagem de ano, hoje indispensável para muitos, tem uma história mais recente e curiosa do que se imagina. Apesar de parecer um ritual enraizado, o ato de contar de 10 até 1 para dar as boas-vindas ao novo ano só ganhou força nas décadas de 1960 e 1970. Antes disso, as celebrações da véspera de Ano Novo envolviam principalmente festas, champanhe e beijos à meia-noite, mas sem o famoso "10, 9, 8...".


Segundo o site NPR, as contagens decrescentes, inicialmente, estavam associadas a cenários de tensão e perigo. Durante os anos 1950, as televisões transmitiam testes de bombas atómicas acompanhados por contagens decrescentes que culminavam em explosões. Essa prática, sombria e apocalítica, criou uma ligação entre contagens decrescentes e desastres iminentes. Quem é que queria entrar no novo ano com este pensamento? Ninguém.


No entanto, nem todas as contagens decrescentes eram negativas. O lançamento da primeira nave espacial tripulada dos Estados Unidos, em 1961, trouxe um novo simbolismo: esperança e inovação. Naquele momento, milhões de pessoas assistiram à contagem decrescente para a descolagem de um foguetão, e o conceito começou a adquirir conotações positivas, associado a recomeços e conquistas.

Na cultura popular, a contagem decrescente ganhou espaço primeiro em eventos como lançamentos espaciais, programas de rádio e televisão. Só em 1979 a multidão em Times Square, Nova Iorque, realizou pela primeira vez uma contagem decrescente para saudar o novo ano. O sucesso deste ritual transformou a contagem numa tradição universal.



Com o passar do tempo, a contagem decrescente evoluiu para um símbolo de otimismo. Aliás, já ninguém concebe a ideia de uma passagem de ano sem contagem decrescente. Já é um dado adquirido. E não há nada mais forte do que gritar, em uníssono, com a tua família e amigos: "3, 2, 1... Feliz Ano Novo!".