A história de Papa Francisco: o Papa que trouxe a Igreja para mais perto do povo

Jorge Mario Bergoglio nasceu a 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, na Argentina, e faleceu esta segunda-feira, 21 de abril, aos 88 anos, devido a complicações de saúde. Filho de imigrantes italianos, Mario Giuseppe Bergoglio Vasallo e Regina Maria Sivori Gogna, cresceu numa família simples e, desde cedo, demonstrou vocação para a fé.

Bergoglio recebeu a ordenação presbiteral em 1969, tornou-se jesuíta e destacou-se pelo seu estilo de vida próximo das comunidades mais carenciadas.

Subiu na hierarquia da Igreja, tornando-se arcebispo de Buenos Aires em 1998 e, mais tarde, cardeal em 2001. No Vaticano, era conhecido pela sua defesa dos pobres e pela preocupação com as desigualdades sociais.

Em 2013, após a renúncia de Bento XVI, Jorge Mario Bergoglio foi eleito o 266.º Papa da Igreja Católica. Adotou o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo da simplicidade e do cuidado com os mais necessitados. Desde o início, marcou pela diferença ao promover uma Igreja mais acessível e inclusiva.

Uma das suas visitas mais marcantes a Portugal foi em agosto de 2023 para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa. O evento reuniu mais de um milhão e meio de peregrinos de todo o mundo e ficou na memória como um dos momentos mais emocionantes do seu pontificado.

Durante a sua estadia, o Papa Francisco exortou os jovens a não terem medo e destacou que a Igreja é de "todos, todos, todos", sem exceção.

Além disso, visitou o Santuário de Fátima, onde rezou pelo fim das guerras e dos conflitos mundiais.

Após seis dias passados na capital portuguesa, o Santo Padre manifestou a sua profunda gratidão ao Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao povo português, "pela calorosa receção e hospitalidade" que lhe foram oferecidas durante a sua visita, conforme relatado pela "SIC Notícias" na altura.

Antes da JMJ, Francisco tornou-se, a 12 e 13 de maio de 2017, no quarto Papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).

Durante o seu pontificado, o Papa Francisco abordou temas fundamentais para a sociedade contemporânea, como as alterações climáticas, a crise dos refugiados, a corrupção e o papel das mulheres na Igreja. Defendeu ainda um maior acolhimento da comunidade LGBTQ+ e um diálogo aberto entre diferentes religiões.

Recentemente, o Papa Francisco foi hospitalizado devido a uma bronquite, que agravou o seu estado de saúde já fragilizado por problemas anteriores. Estas condições limitaram a sua mobilidade, levando-o a utilizar frequentemente uma cadeira de rodas. Ainda assim, manteve-se ativo e dedicado até ao fim.

A sua partida deixa uma marca inabalável na comunidade católica e em todo o mundo. O Vaticano prepara-se agora para honrar a sua memória e dar início ao processo de escolha do seu sucessor, que terá a responsabilidade de continuar o trabalho iniciado por Francisco em prol de uma fé viva.