Parece estranho, mas é verdade: há jovens que entram em pânico ao ouvir o telemóvel tocar. O simples ato de atender uma chamada transformou-se num pesadelo para muitos da Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012), que preferem mil vezes enviar um emoji, um áudio ou até escrever um e-mail do que dizer um simples "Olá" ao telefone.
O receio de chamadas tem levado muitos a evitá-las a todo o custo e até a inscrever-se em cursos para aprender a falar ao telefone sem entrar em pânico, segundo o "Marketeer". "Desculpa, podes mandar mensagem?", é assim que começa a ansiedade de falar sem ver a reação da outra pessoa.
A chamada "telefobia" não é apenas uma mania exagerada. Uma investigação da Uswitch revelou que quase um quarto dos jovens entre os 18 e 34 anos nunca atende chamadas, enquanto 61% admitem preferir enviar mensagens.
Sem emojis para suavizar o tom, sem a opção de apagar e reescrever a mensagem e sem tempo para pensar na resposta perfeita, as chamadas são um verdadeiro teste de nervos.
Com esta "fobia" a espalhar-se, algumas instituições começaram a oferecer workshops para ensinar os jovens a atender e fazer chamadas. No Reino Unido, o Nottingham College já criou sessões onde os alunos praticam situações do dia a dia, como marcar uma consulta ou avisar que vão chegar atrasados ao trabalho.
As aulas incluem técnicas de respiração para manter a calma, exercícios para melhorar a dicção e até ensaios com guiões preparados. Sim, os jovens estão a treinar falas como se fossem atores antes de ligarem, por exemplo, para o cabeleireiro.