“O Japão é um lugar estranho”, é o título de um livro que li há muitos anos.

Na verdade, nunca fui ao Japão, mas é dos destinos que mais me cativa.

Porque é que estou a falar disto? Porque não sabia bem como começar o texto e foi o que saiu.

Ora bem, vi no site da RFM que o Japão tem um problema de envelhecimento populacional, o que significa que tem um problema de emprego jovem, porque não há jovens, nem pessoas médio-jovens (que, por motivos de optimismo descabido, eu quero acreditar que ainda sou).

Esta situação levou à criação de criativos benefícios na hora de contratar talentos.

“Mas tipo o quê?”, perguntam vocês, “Salários elevados?” Não.

“Menos carga horária?” Nop.

“Então o quê?”

ÁLCOOL GRÁTIS!

Não é brilhante? Há uma máquina de cerveja no escritório, com barris, e também há bebidas brancas. O argumento é que um brinde entre colegas pode ser a chave para uma equipa feliz.

Então não pode?! E também pode ser que depois se varram todos uns aos outros.

Na verdade, eu nem acho que seja uma má ideia, mas só porque não sou o patrão.

Se eu fosse patrão e chegasse ao escritório e a minha equipa estivesse toda com o xarope máximo, eu ficava, primeiro que tudo, com inveja. Depois, pensava, “Uí, estas pessoas vão trabalhar muito bem, de certeza”.

Ah, esqueci-me de dizer, que a Trust Ring Inc.(é o nome da empresa) é uma empresa de IT (eu não sou muito bom a contar histórias).

No fundo, é imaginar os nerds de Information Technology a fazer programação e a debugging todos entornados.

“Takeshi-san, devias estar a dar apoio ao site da RFM e vomitaste em cima do teclado. Achas isso bem?” (o Telmo arrotou que sim e adormeceu)

Importante assinalar que este não é o único trunfo da Trust Ring Inc. Além do álcool grátis, também oferecem uma licença… para ressacar.

Supostamente os trabalhadores podem tirar a manhã de folga depois de uma noite de copos. Uma noite de copos que é como quem diz, ficar a trabalhar até mais tarde.

Pois, se tivesse álcool no trabalho, ia mesmo gastar dinheiro num bar.

Sinto que isto em Portugal era muito perigoso, nós não somos lá muito civilizados com estas coisas. Íamos usar isto até ao limite.

Mas acham que acaba aqui? Nada disso, a Trust Ring Inc. ainda tem mais uma na manga. Também têm uma licença por perda, que parece que é por uma perda pessoal, o que faria sentido, mas não é.

É um dia de folga para recuperar emocionalmente, caso um ídolo ou celebridade (que gostemos) passe por um momento difícil.

O que é lato, não é? Que tipo de momento difícil?

“ahhh não consigo ir hoje, chefe. O Ângelo está em coma…”

“ O Jay Z estava nas Diddy parties, não posso ir hoje”

“A Angie Costa e o Miguel Coimbra separam-se, chefe. Estou mal.”

“Chefe… Ângelo, novamente”

Enfim, parabéns à Trust Ring Inc.

Eu estou a brincar, e até gosto das ideias. São inovadoras e se não funcionarem ao menos tentaram algo novo.

Eu gostava de ver outros tipos de licença:

Licença de “a minha cama não me deixou ir hoje”

Licença por “não me apetece”

Licença por “saiu um novo jogo de PlayStation”

Licença de “a minha mulher refilou comigo e estou frágil”

Por último Licença para sair deste texto?

Dá? Então obrigado, vou andando.



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