Quando alguém é despedido, poucos imaginam que croissants e biscoitos podem estar no centro do problema. Mas foi exatamente isso que aconteceu com um funcionário da Mercadona, em Espanha, que perdeu o emprego após ser apanhado a consumir croissants recheados com chocolate e pacotes de biscoitos do stock da loja, de acordo com o "Executive Digest".
Tudo começou quando os superiores da cadeia de supermercados perceberam falhas na contagem dos produtos e decidiram instalar câmaras no armazém para perceber o que se passava. Foi então que captaram o gerente a consumir os produtos e a esconder as embalagens vazias em sítios despercebidos. Com as imagens como prova, a empresa concluiu que o comportamento do trabalhador violava os seus princípios internos e tomou a decisão de o despedir por justa causa.
Inconformado com a decisão, o trabalhador recorreu ao tribunal e defendeu que, tendo em conta o baixo valor dos produtos consumidos, medidas menos severas teriam sido suficientes. Porém, o tribunal rejeitou o seu pedido e validou a decisão do supermercado, considerando que a atitude do funcionário foi uma infração grave.
Um dos pontos mais controversos do caso foi a utilização de câmaras ocultas para registar as imagens que levaram ao despedimento. A defesa do funcionário ponderou se esse método violava a privacidade dos trabalhadores e se as imagens podiam ser usadas como prova em tribunal. Contudo, o juiz considerou que a empresa agiu dentro da legalidade, pois já tinha informado os seus trabalhadores sobre a existência de sistemas de videovigilância no local.
Após perder em primeira instância, o trabalhador levou o caso ao Tribunal Superior de Castilla-La Mancha, mas o desfecho manteve-se o mesmo e o veredicto foi claro: na Mercadona, um croissant ou biscoitos podem custar muito mais do que o valor na etiqueta.
Esta não é a primeira vez que a cadeia de supermercados dá que falar. Um trabalhador já foi despedido por comer um croquete que ia para o lixo, o que acabou por lhe render 40 mil euros. Já outra funcionária foi apanhada a fazer um "preço de amigo" a um vizinho.