Durante anos, fomos ensinados que há certas coisas que devemos "deixar para trás" à medida que crescemos: os desenhos animados, os brinquedos de infância e, claro, os peluches. Mas, na realidade, abraçar um peluche aos 30, 40 ou até 70 anos não é sinal de imaturidade. Pelo contrário, é um verdadeiro ato de autocuidado. Especialistas em saúde mental, psicologia do sono e bem-estar afirmam: dormir com um peluche pode ajudar a reduzir o stress, melhorar a qualidade do sono e até facilitar o processo de cura emocional.
Durante a pandemia, as vendas de peluches dispararam - e mais de 20% foram adquiridos por adultos. Mais surpreendente ainda: cerca de 40% das pessoas admitem dormir com um peluche, pois ele traz conforto, segurança, nostalgia e, para muitos, uma forma de lidar com a ansiedade num mundo cada vez mais caótico. Se achavas que eras "meio estranho" por ainda teres um urso na cama, fica a saber que estás apenas a cuidar (muito bem) da tua saúde mental e do teu sono.
Segundo a psicóloga Barbara Greenberg, citada pela CNN: "Dormimos melhor quando nos sentimos seguros. Quando nos sentimos vulneráveis queremos esse contato corporal". É psicologia pura: o contacto com um objeto macio e com carga emocional positiva, pode recriar a sensação de conforto que tínhamos ao dormir com companhia - sem precisar de ter alguém do outro lado da cama a puxar o edredão.
A psicóloga do sono Jade Wu acrescenta que peluches funcionam quase como cobertores pesados, aqueles que ajudam a acalmar a mente e o corpo. E, sejamos sinceros, um abraço de peluche sabe melhor do que qualquer comprimido para dormir.
Jessica Lamar, terapeuta, usa mesmo este tipo de "amigos" em sessões com adultos que estão a lidar com traumas ou ansiedade. Criar vínculo com um peluche pode ser um passo simbólico na jornada de autocuidado e cura emocional.
Ainda estás a pensar se "não será imaturo"? Nada disso. É um sinal de inteligência emocional. Significa saber ouvir o teu corpo e reconhecer que, por vezes, precisamos de conforto.