É na primavera que muitas relações enfrentam o seu verdadeiro teste. De acordo com os dados do Facebook, os meses de março e abril registam picos significativos de separações, segundo a "Psychology Today".
A explicação pode estar numa conjugação de fatores psicológicos e sociais: "Existe um padrão cultural e psicológico no qual as pessoas procuram companhia durante os meses mais frios e escuros para ajudar a suportar o frio emocional e físico. Normalmente, essa temporada estende-se de outubro a março e, conforme os relógios avançam e os narcisos florescem, alguns casais começam a sentir que o seu relacionamento chegou ao fim", indica Chamin Ajjan, assistente social clínica, formada em terapia sexual e terapia cognitivo-comportamental.
Com a chegada da primavera, tudo muda. A subida das temperaturas e o ambiente mais social e ativo trazem uma energia renovada e, com ela, uma vontade de fazer mudanças. Especialistas referem que esta estação é propícia à reavaliação de escolhas pessoais, incluindo relacionamentos.
E a dúvida não é só amorosa: amizades, relações familiares ou mesmo dinâmicas profissionais podem entrar em revisão com a chegada do bom tempo. Mas, no caso dos relacionamentos amorosos, o contraste entre a hibernação de sofá e os convites para esplanadas e escapadinhas a dois acentua-se, e nem sempre com um final feliz. "Quando se trata de amor, a primavera tem uma maneira de despertar as pessoas e fazê-las perguntar: 'É isto que eu ainda quero?'", afirma a especialista.
Tal como organizamos os armários e trocamos a roupa quente por t-shirts, muitos aproveitam a primavera para fazer uma limpeza emocional.
Ainda assim, os especialistas deixam um alerta: sentir desconforto numa relação nesta altura do ano não significa, necessariamente, que ela deva terminar. A primavera pode ser, também, um momento de reconexão, de conversas honestas e de renovação de laços.