A manhã de segunda-feira, 21 de abril, fica marcada por uma notícia que abalou o mundo: a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. O líder da Igreja Católica partiu poucas horas depois de ter surgido, com o seu habitual sorriso sereno, à janela da Basílica de São Pedro para a bênção Urbi et Orbi, no domingo de Páscoa.


A comoção atravessa fronteiras e também em Portugal as primeiras reações de figuras públicas revelam o carinho e admiração que tantos sentiam por ele.

Ana Garcia Martins, "A Pipoca Mais Doce", resumiu o sentimento coletivo num breve mas expressivo: "Que dia triste".


Rita Ferro Rodrigues foi mais além na sua homenagem: "Estou muito triste… estamos todos, não é?". Para ela, o Papa foi uma luz rara: "Logo agora que precisávamos tanto de si. Eu que nem sou católica, estou farta de chorar e agradeço-lhe muito. Tentou tudo, por um mundo melhor, mais bonito, mais justo, mais fraterno. Foi muito corajoso, dentro da sua própria igreja. Adeus, querido Francisco".


Liliana Campos também partilhou a sua dor e respeito: "Morreu um homem bom". Numa mensagem sentida, acrescentou: "Muito há para dizer sobre o nosso querido Papa Francisco, mas só consigo pensar que morreu um homem bom e que já nos está a fazer muita falta. O mundo ficou sem qualquer dúvida um lugar mais pobre, mais triste, mais perdido… Resta-nos a todos, católicos e não católicos, honrar o seu tão enorme legado. Descanse em paz, querido Papa Francisco".

Pedro Fernandes também mostrou a sua tristeza com a morte do Papa: "Um dia triste. Partiu um homem bom que se preocupava com os outros e lutava pela paz no mundo. Quis o destino que esta trágica notícia se abatesse sobre nós enquanto estamos em Roma. Foi por pouco que não nos conseguimos despedir dele no sábado. Ainda estamos em choque. Descanse em paz, Papa Francisco. Um Papa é sempre eterno e a sua mensagem nunca morre."


Pedro Abrunhosa confessou que não é preciso ter fé para sentir o impacto da perda. "Não sou crente, mas chorei a morte do Papa Francisco", disse. Comparou este sentimento ao que viveu quando desapareceu Nelson Mandela, alguém com quem não partilhava origem nem crença, mas cuja humanidade o tocou profundamente.


Para Abrunhosa, há homens que, pela sua ação, ultrapassam o limite do humano e fazem com que a existência de Deus pareça mais possível. E acredita que Jorge Mario Bergoglio seguiu o verdadeiro caminho da fé cristã: despojamento, bondade e entrega ao outro.


Recordou também o momento em que foi convidado para um encontro com artistas na Capela Sistina, um gesto que guardou com emoção. "Disse-lhe que trouxe Deus aos homens, sem tentar levar os homens a Deus", partilhou, reconhecendo nele uma visão aberta e humanista, em sintonia com os primeiros Padres da Igreja.


Pedro Abrunhosa não esquece a coragem com que Papa Francisco disse que "na Igreja há lugar para todos, todos, todos", um gesto de inclusão para com a comunidade LGBTQ+ e outros grupos tantas vezes excluídos. E sublinhou a firmeza - ainda que limitada pelas estruturas - com que enfrentou os abusos dentro da Igreja e abriu caminho para o debate sobre o papel das mulheres no clero.



Também Tiago Bettencourt quis deixar uma palavra de gratidão. "Sorte a nossa termos estado vivos ao mesmo tempo que este iluminado Papa Francisco", afirmou. Para o cantor, é uma responsabilidade continuar o caminho que Francisco desenhou com inteligência, alegria e amor.


O cantor lembrou o momento em que atuou nas Jornadas Mundiais da Juventude, em 2023, visivelmente tocado por um discurso do Papa na véspera. Antes de subir ao palco, escreveu na sua guitarra uma frase que, disse ele, ficou a ecoar nos corações de todos: "Todos, todos, todos".
"Vamos em frente. Viva o Papa Francisco", concluiu, num agradecimento simples mas carregado de emoção.